Este curto material tem por propósito apresentar-nos a intercessão do apóstolo Paulo pela igreja de Deus que estava em Éfeso. Os pedidos que Paulo faz a Deus por essa igreja muito nos ensinam. Atentaremos para o texto de Efésios, capítulo 1, versículos 15 ao 18: “Por isso também eu, tendo ouvido falar da fé no Senhor Jesus que há entre vós, e do vosso amor para com todos os santos,Não cesso de dar graças por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações,Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele,Sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual é a esperança do chamado que ele vos fez, quais são as riquezas da glória da sua herança nos santos.”(Efésios 1.15-18) Não vejo forma melhor de iniciarmos do que com as palavras do teólogo William Barclay: “Por consenso geral, a Carta aos Efésios se localiza no plano mais elevado dentro da literatura devocional e teológica da Igreja primitiva. Foi chamada ‘a rainha das epístolas’ — e com razão. Muitos sustentariam que nela se encontra a mais alta expressão do pensamento neotestamentário.Quando John Knox estava à beira da morte, o livro que mais frequentemente lhe liam era Sermões sobre a Carta aos Efésios, de João Calvino.O grande poeta e filósofo Coleridge disse de Efésios que era ‘a mais divina composição humana’. Ele ainda adicionava:‘Abrange, em primeiro termo, aquelas doutrinas peculiares ao cristianismo e, logo, os preceitos comuns à religião natural.’Efésios é, sem dúvida, uma carta que tem lugar especial na correspondência paulina.” O pastor e escritor Hernandes Dias Lopes afirmou:“A carta aos Efésios é a coroa dos escritos de Paulo.” John Mackay, ilustre presidente do Seminário de Princeton em seus tempos áureos, considerou Efésios o maior e mais amadurecido de todos os escritos paulinos. Willard Taylor, citando F. F. Bruce, disse que Efésios é a “pedra de cobertura da estrutura maciça dos ensinamentos de Paulo”. Mackay também afirmava que, de todos os livros da Bíblia, Efésios era o mais convincente para a situação atual, tanto da igreja como do mundo. Contexto da Carta Paulo escreveu esta carta no fim de sua vida, enquanto estava preso em Roma. Ele utiliza nela cerca de setenta palavras que não aparecem em nenhuma outra de suas cartas. Isso pode ser explicado pelo fato de que, estando preso, tinha menos distrações e mais tempo para refletir. Efésios se destaca justamente por sua linguagem rica, profunda e elevada — razão pela qual muitos estudiosos a chamam de “Rainha das Epístolas”. A cidade de Éfeso era uma das mais importantes da época. Aparece em várias passagens do Novo Testamento: Localizada na Lídia, uma antiga e poderosa região da Ásia Menor, Éfeso situava-se na costa ocidental, entre Mileto e Esmirna. Estima-se que, na época de Paulo, sua população estivesse entre 200.000 a 225.000 habitantes — sendo, portanto, uma cidade estratégica e influente no Império Romano. Paulo e a Igreja em Éfeso Paulo dedicou parte significativa de seu ministério à igreja em Éfeso. Ele mesmo recorda: “E, quando se encontraram com ele, disse-lhes: Vós bem sabeis como foi que me conduzi entre vós em todo o tempo, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia,Servindo ao Senhor com toda a humildade, lágrimas e provações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram.”(Atos 20.18-19) A ideia central da carta aos Efésios é a reunião de todas as coisas em Jesus Cristo. Cristo é o centro em quem tudo se une, o laço que tudo conecta. Observaremos, ao longo do estudo, as orações que Paulo faz por essa igreja, rogando a Deus que conceda a sua preciosa graça. Essas orações contêm detalhes preciosos que certamente têm muito a nos ensinar.