A pascoa

No evento Êxodo, Deus se revelou na história de um povo, na caminhada precária do deserto, como o Deus que escolheu o estigma de ser o Deus de escravos e não de Faraó e seus palácios. No evento do Calvário, Deus se revelou na manjedoura de um menino, na cruz de Jesus, na forma de…

No evento Êxodo, Deus se revelou na história de um povo, na caminhada precária do deserto, como o Deus que escolheu o estigma de ser o Deus de escravos e não de Faraó e seus palácios.

No evento do Calvário, Deus se revelou na manjedoura de um menino, na cruz de Jesus, na forma de morte reservada para os marginais e insurretos, cuja acusação é o crime político.

Portanto, se YHVH, o pai de Jesus, o traz consigo na antiguidade, o estigma de ser o Deus de escravos hebreus, Jesus o traz por ser amigo de publicanos e pecadores, um título que não agrada uma igreja mergulhada no moralismo da cultura, uma igreja empoderada economicamente, mas sem revelação do evangelho, sem ser a revelação histórica do evangelho.

Jesus, no início do seu movimento, já era objeto do preconceito da sociedade de seu tempo com seus nobres “Natanael” por ser da periferia de Nazaré e não da Judéia ou Jerusalém (não dá Savassi, ou da Pampulha).

Ora, sua cruz, não foi levantada em uma “catedral” como expressão de arte, mas sua morte se deu no lixão em Jerusalém (gólgota), no meio de dois ladrões, sim! Os mesmos ladrões a respeito dos quais alguns flertes políticos contemporâneos dizem: “Ladrão bom é ladrão morto”. Jesus foi crucificado onde os soldados jogavam e os cínicos zombavam, um local cosmopolita, em meio à diversidade étnica, representada nos três idiomas cravados na sua cruz para anunciar o evento de sua morte.

Por isso viveu e para isso morreu e, por tudo isto reviveu!! Devemos lembrar que, tanto a manjedoura, quanto o túmulo, estão vazios, mas o trono não!

Qualquer um em sã consciência que tente se livrar deste estigma do crucificado, à semelhança de Judas, é traidor moderno de sua mensagem.

Feliz páscoa!!